“Nunca serei perfeito… Posso viver com isso” – Deepak Chopra

“compreender a perfeição é o auge da inteligência humana. Ambicionar possuí-la é o mais perigoso tipo de loucura” Alfred de Musset

O perfeccionismo é diferente de ser exigente ou esforçar-se para fazer as coisas bem feitas, fazer bem feito é diferente de fazer perfeito. Freeman e Dewolf (2006) em seu livro As 10 bobagens mais comuns que as pessoas inteligentes cometem, levantam uma série de erros cognitivos que as pessoas utilizam. Na abordagem da TCC estes erros podem e devem ser modificados já que trazem prejuízos e não são uteis! O perfeccionismo é um deles.

A perfeição é uma utopia, quem a persegue possui critérios tão rígidos e tão extremistas (tudo ou nada) que acaba gerando sofrimento emocional a si próprio e as pessoas com as quais se relaciona. Os perfeccionistas não conseguem terminar, e, muitas vezes, nem mesmo iniciar algum projeto, chamamos isso de procrastinação, assim ficam paralisados, com medo, frustrados e insatisfeitos consigo mesmo e com os outros. A possibilidade de algo não sair perfeito faz com que a pessoa desista de seus projetos, ou de qualquer atividade por mais simples que pareça. Quando não desistem, os perfeccionistas perdem um tempo enorme com detalhes, despendem uma carga de energia desnecessária, e consequentemente, por este comportamento acabam sendo julgados de incompetentes, desleixados, chatos, já que aos olhos dos outros não entregam seus projetos a tempo ou demoram muito para fazer determinada atividade.

Outro problema que o perfeccionista enfrenta é o adiamento de decisões, por exemplo: uma viajem de lazer, iniciar um curso, romper ou iniciar um relacionamento, pois julgam que devem esperar a hora certa, ou o plano perfeito, assim, consequentemente, não realizam seus planos, ficam sempre no nível da fantasia, imaginando como seria legal se….

Sendo perfeccionista, a pessoa aplicará estes mesmos padrões para os outros de sua convivência, filhos, esposa (o), amigos, empregados, colegas de trabalho, etc, o que acaba gerando um ciclo perpetuador de problemas de relacionamento afetivo e profissional.

As crenças por trás deste erro cognitivo podem girar em torno de: sou imperfeito e não posso demonstrar minhas falhas, poderei ser julgado por não ser perfeito, se não for perfeito eu não tenho valor, não posso admitir falhas em mim e no outro, etc. Como sabemos, estas crenças foram construídas há muito tempo, quando ainda era criança, através de conceitos, regras, expectativas geradas pelos pais, professores, sociedade, religião, cultura, etc., e assimiladas como verdades absolutas, sem a possibilidade de questionamento e repetidos de forma automática, na vida adulta.

Uma das principais ferramentas da TCC é ajudar o paciente a perceber seus comportamentos disfuncionais (produzidos por crenças e regras) e descobrir o que faz que eles sejam mantidos, algumas perguntas ajudam o paciente a refletir de forma lógica e não mais automática sobre este tipo de crença, por exemplo:

  • As imperfeições poderiam ser também uma oportunidade de aprendizagem?
  • O que será que preciso sacrificar para fazer tudo certo? Vale a pena? Qual o custo e qual o benefício?
  • Será que estou interpretando corretamente as respostas ou demandas dos outros?
  • Posso fazer isso diferente? Qual o ganho? O que perco?
  • Será que posso alcançar minhas metas aos poucos ao invés de tudo ou nada?

A flexibilidade das crenças e a compreensão dos erros cognitivos geram alivio do sofrimento emocional e um comportamento mais funcional para a pessoa!

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